09 agosto 2016

Sol

Esses dias me peguei desmotivada, sem rumo. Sabe aqueles “diazinhos” em que tu não tens a menor vontade de sair da cama, ver pessoas, enfrentar a rotina?
         Pois é, chegou mais um dos meus e aquilo estava me preocupando demais. Se sentir desmotivado, vez ou outra é normal, ninguém é 100% feliz e satisfeito o tempo inteiro. Entreposto a minha preocupação surgiu pela recorrência deste “sentimento”. Tinha virado mensal, depois semanal e antes que se tornasse um problema diário e se impregnasse na minha rotina, resolvi pesquisar para dar um basta.
Ler “Polliana” já não estava resolvendo, o ”jogo do contente” não estava fazendo sentido.
Conheço bem os princípios quadros da depressão e sei que ela começa bem assim, lenta e silenciosa, quando menos a gente espera, ela se agrava e comumente não exterioriza um grande motivo; A gente só perde a graça da vida, o tempero.  
Li uma fábula que contava a história de dois irmãos, estes eram crianças de 9 e 10 anos e assim como a maioria dos pequeninos dessa idade, adoravam brincar na rua e desvendar os mistérios do quintal da sua casa.
“Era uma estação chuvosa e, por canta das tempestades, sua mãe não lhes permitia brincar fora de casa. Os pequenos ficavam debruçados na janela, impacientes, aguardando a chegada do sol. A mãe, que acompanhava a chateação das crianças, deu início a um simples ritual que lhes marcaria para sempre. Dirigiu-se a calçada de terra em frente à porta, pegou um graveto e acompanhada dos olhinhos curiosos dos pequenos, desenhou um sol no chão. Dirigiu-se aos meninos e explicou que a chuva logo se despediria e o sol viria logo, apressado, pra ver o que ela tinha desenhado na terra. O que aconteceu? E não é que o danado do sol, poucas horas depois, resolveu dar o ar da graça, abrilhantando os olhinhos dos irmãos e concretizando o que mais tarde eles chamariam de ritual do “passa-chuva”,  fazendo qualquer tipo de problema ser extinguido pelo Sol.”
Foi essa pequena fábula que andou me dando chão. Refleti sobre ela, sorri, me motivei e lembrei hoje de compartilhar aqui; Todo mundo precisa adoçar a rotina, motivar a vida.
Em quase todos os textos motivacionais que eu já li, as mensagens sempre foram muito parecidas: não se deixar abater, levantar a cabeça, dar a volta por cima. Com essa chuva toda aqui dentro de mim, nuvenzinhas negras que chegam sem que eu peça, aprendi a ser mais generosa comigo e não me deixar abater; Comecei a desenhar o sol na minha vida, pensar nos objetivos, nas bênçãos que recebi, e aí começou a ficar mais fácil me levar adiante.
O universo responde o que a gente manda pra ele, se eu mandar luz, ele não vai me retribuir em escuridão.
Ultimamente, mal começa a anuviar, e eu já vou em busca do meu Sol. O que eu tô recebendo de lição? Tem vez que a chuva tenta ser mais dura que eu, teima em me ignorar, mas eu ganho ela no cansaço e ela vai embora. Eu tô respeitando as aparições dela, entendi que todos precisamos de algumas tempestades para florescer; Ela também aprendeu a respeitar a minha necessidade de Sol.
Eu me sinto tão vitoriosa quando faço luz, na minha vida e na dos que me cercam, que mal consigo lembrar dos dias tempestuosos, se não para tirar proveito de alguma lição.
           "Depois da tempestade vem a bonança"?

         E se a gente fizer calmaria dentro de nós? O Sol pode aparecer antes mesmo de a chuva cessar.   Mostra para o universo que quem manda é você! 

Mais lidas