Já me machuquei muito em relacionamentos. Eu, geralmente, sou a pessoa que sai ferida e magoada, e mesmo assim, não desisto de mergulhar de cabeça enquanto o outro ainda molha os pés. Eu me jogo, me entrego, sem medo. Mas não pense que me apaixono fácil. Esse é o problema!
Gostar de alguém é um desafio. É que nem sempre a energia bate, as histórias se cruzam e a sintonia acontece, e diferente da maioria, não atribuo título a ninguém. Ou essa pessoa já estava destinada a ter algo do meu lado, ou nunca esteve na minha história, porque eu realmente acredito em destino, e se eu não o levasse tão a sério, talvez já tivesse tido uma porção de namorados para alterar status de relacionamento no facebook, mas sinceramente, comigo é diferente.
Eu não consigo me acostumar com alguém, não consigo incluir nas minhas mensagens de "bom dia" alguém que está ali de enfeite, e falando assim pareço ser a pessoal mais cruel do mundo, mas na verdade, eu apenas não consigo me enganar. Não consigo forçar o coração a acolher alguém que chega de mansinho e vai se aconchegando num lugar que não foi feito para ele. Não consigo fingir para mim mesma que gosto de alguém, não tenho a incrível capacidade de ignorar os avisos do coração e deixar que a rotina e o costume façam o que o amor não está disposto a fazer. Comigo as relações sempre serão movidas à sentimentos e sintonia.
Se for pra ser, eu vou sentir e me jogar, tentar até as forças quase se esgotarem, mostrar que nada é à toa e que existe sentimento a ser cultivado. Vou, de todas as formas, lutar e resistir à frieza de quem não quer se arriscar de novo. Eu dou a mão e mostro que os caminhos podem ser mais leves dependendo da companhia. Vou mostrar o pôr-do-sol e o nascer. Vou mostrar a flor desabrochar, colorir os dias cinzentos e fazer até de uma ida à padaria um passeio divertidíssimo. Vou, porque eu sempre tento plantar nos outros o sorriso que estampo no rosto mesmo quando o coração está em pedaços, simplesmente porque não aceito o fim de todos os sentimentos bons, momentos gostosos e companhias agradáveis, porque uma pessoa não soube aproveitar a oportunidade que lhe foi dada.
Mesmo com todas as feridas, cicatrizes, medos e mágoas de outras relações, eu vou tentando, muito por mim, mas muito mais pelo outro, porque o mundo não merece a apatia criada a cada feridinha, não merece o desinteresse dos bons sentimentos, não merece toda essa insensibilidade. O mundo precisa de mais entrega e reciprocidade, o mundo precisa de muito mais sentimento e é isso que eu acordo todo dia disposta a fazer.
