Vivo ouvindo cobranças por conta da minha solteirice, porque nunca tenho ninguém, ou simplesmente porque "afasto" as pessoas de mim. Algumas amigas até dizem que estou solteira porque quero. Na verdade, não é tanto porque eu quero. Se eu fosse uma menina indefesa, carente e inocente, talvez tivesse tido alguns namorados na vida, mas felizmente não sou dessas.
Convivo muito com amigos homens e solteiros, ouço papos, vejo atitudes deles e até conselho eles me dão sobre como agir com um homem. Isso acaba gerando aquela falsa impressão que nenhum homem presta. Eu sei que toda generalização é errônea, que existe homens bons, de caráter e que realmente merecem o título de Homem, mas as relações modernas me desiludem.
Eu espero tanto o dia em que a química vai bater tão forte, que eu vou esquecer todo joguinho que tentaram fazer comigo, toda "escapada" e papo furado que tentaram me vender. Hoje em dia tudo é jogo de quem demora mais a responder, quem vai puxar papo, quem vai dar bom dia ou convidar pra sair, quem vai visualizar e não responder, quem demonstra o maior desinteresse. E se hoje eu continuo uma solteira convicta é por isso, por não querer uma relação que já começa no desgaste. Uma relação que eu tenha que seguir roteiro dos amigos para que o homem fique interessado ou que eu tenha que sair da conversa para o ícone não ficar azul de cara. As pessoas se preocupam mais com o ego do que o sentimento, e é por isso que os afasto.
Quero relações cheias de disposição, de vontade, de interesse, de entrega. Quero que não tenham cerimônias se o convite para um jantar partir de mim, quero alguém que tenha o telefone sempre à mão para me atender, quero um bom dia, boa tarde ou boa noite. Quero carinho, amor, atenção, dedicação. Quero mãos dadas, olho no olho. Quero alguém que venha inteiro e sem medos. Quero alguém que se jogue tanto quanto eu, e que saiba, que se não der certo, não há culpados.
Quero alguém tão livre quanto eu para explorarmos a liberdade juntos.
