Nos pertencemos
Sabe quando tu sente que é amor?! É uma coisa muito louca. É. É diferente, estranho. Eu sinto que muitas vezes falei "eu te amo" completamente em vão, quer dizer, eu amava, mas não era esse amor, não mesmo. Eu queria saber cada passo, tinha pressa de ver, não queria sair de perto. Era controle, era isso, era só controle. Um da vida do outro, como se nós nos pertencêssemos, mas não. Não nos pertencíamos em nenhum momento. Nem no começo, nem no meio, nem no final. Hoje eu sei o que é amor. Eu conheci. Eu não tenho pressa, eu não tenho medo, eu não tenho controle. Aliás, deixo bem livre, completamente, por saber que somos individuais e precisamos do nosso espaço. Compartilhamos o amor, as descobertas, talvez a vida. Temos uma energia que flui na mesma vibe, que se soma. Podem até chamar de coincidência, mas não é só isso. Nos pertencemos de uma forma diferente, daquele velho ditado "de não querer ser de mais ninguém", sabe? E sem medo de que outro alguém apareça justamente por isso. Não temos pressa. Sabemos que cada encontro, cada momento junto só tem a mão do destino. Que cada borboletinha no meu estômago, cada gota de suor da minha mão, cada tique nervoso é Deus agindo sobre nós, e por isso temos paciência, porque apesar de ter pressa em se amar, sabemos que cada coisa tem seu momento, e mesmo conhecendo a recíproca do amor, sabemos que Deus age certo, na hora certa. Sem pressa, sem posse, apenas o amor, livre e puro.
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| Imagem: Felipe Guga |