A gente tem a estranha mania de viver se cobrando e cobrando os outros, pelo amor que não damos e pelo amor que não recebemos, como se tudo na vida fosse uma eterna troca. É cobrança atrás de cobrança e muitas frustrações colecionadas simplesmente pela expectativa que colocamos nos outros, quando na verdade, deveríamos ser autossuficiente. Não digo se contentar com o famoso amor-próprio. Claro que não é isso. Mas parar de esperar dos outros, o que eles nunca se propuseram a nos dar. Parar de colocar em terceiros, a culpa das nossas fantasias. Fantasiamos demais as relações com o que sempre esperamos de alguém. E ai, começam as cobranças, brigas e atritos.
Paixão é a troca. De carinhos, olhares, respeito, atenção, dedicação. Paixão é reciprocidade cobrada. É o boleto das relações. É o que fere, machuca e dói quando se ausenta. Paixão acaba, morre. É o sentimento com prazo de validade. Nós nunca sabemos quando é paixão até que o fim chegue. Mas o amor...
O amor não tem cobrança! Não espera nada em troca, não cobra reciprocidade. É algo que você simplesmente doa e se sente realizado só pelo fato de estar oferecendo a alguém um sentimento tão puro e bonito. É o amor que floresce o coração, alimenta a alma e colore a vida. Não machuca, não decepciona, não ilude. Não pesa, não cansa, não fere. O amor é doação, oferta, dom.
O amor, é um único presente para dois corações. É reciprocidade espontânea. Brinde de um elo eterno.
