Mais uma segunda-feira que eu acordo com ressaca do fim de semana que passei tentando preencher o vazio do meu peito com muita farra e cervejas geladas. Mais um fim de semana que passa e eu na solidão de uma balada cheia de mentes vazias e copos cheios. E é assim que vou tentando me livrar de tudo que você deixou em mim na breve passagem que teve na minha vida. Tentando limpar a bagunça devastadora que deixou no meu coração quando partiu dizendo que não sentia mais nada, ou que se enganou quando achou que podia tentar me fazer feliz. É assim que tenho passado meus finais de semana: tentando, de alguma forma, preencher o buraco que tenho no peito, a lacuna que ficou quando você partiu e não olhou pra trás.
Não têm sido fácil abrir o guarda-roupa e escolher um vestido justo, passar um batom vermelho e sair como se eu fosse mais uma menina dessas tantas que vão pra balada como se a roupa fosse padrão. Tudo que eu criticava me tornei: uma maquiagem pesada, uma roupa curta e um sorriso falso. Mas hoje eu entendo perfeitamente o que cada uma sente quando se obriga a fazer isso, acho que finalmente entendi o motivo de uma balada estar sempre cheia. Hoje, as coisas se tornam descartáveis tão facilmente, que o remédio para tudo parece estar em garrafas vazias e músicas altas, mas na segunda-feira sempre tem a ressaca. A falta de amor e a sobra de cachaça, faz todo mundo acordar de ressaca, física e moral, porque nós bem sabemos que o coração não ta cheio, e nenhum dos três dias que se passaram, conseguiram sequer enganar que traziam doses extras de alegria.
Cada check-in, cada brinde, cada champanhe estourada parece uma libertação do pouco sentimento que ainda insiste em brotar no meu peito, mas quando eu deito na cama vazia depois de uma noite de muita bebedeira é a ressaca que eu sinto, e mesmo assim, insisto em beijar bocas desconhecidas e brindar com estranhos, porque sei que pouco a pouco isso vai tirando de mim sorrisos fáceis e limpando a sujeira que você deixou.
