Sempre que os vizinhos me viam com a Berenice a elogiavam: que linda sua flor!Isso me enchia de orgulho e ela parecia ficar mais radiante ainda.
Um dia choveu. Muito e intensamente. Fortes ventos e trovões. Fiquei com medo, assustada, amedrontada, pedindo que nada levasse minha pequena e frágil flor. Galhos voavam e eu já quase tinha perdido a esperança de que minha flor continuasse no jardim. No dia seguinte, saí cedo pra correr, tomei meu banho, e comi minhas torradas. Peguei uma xícara de café e fui, triste ver o que havia sobrado da Berenice, e para meu espanto ela estava lá, linda, forte, radiante e mais roxa do que nunca. Parecia que todos os raios de sol queriam dar bom dia a ela. Iluminada, viva, linda.
Comecei a conversar com ela, falar do quanto eu achava fantástico tudo aquilo e do amor com que ela foi plantada e cultivada. Só eu falei -obviamente-, mas ainda assim, foi eu que aprendi.
Aprendi que algo cultivado e cuidado com amor, não se desfaz com a tempestade. Aprendi que o empenho, a dedicação e o esforço nunca é em vão. Aprendi a amar as coisas independente de ter retorno ou não. Aprendi e continuo aprendendo a dar amor, afeto, carinho, atenção. O amor nunca é desperdiçado, o amor nunca é jogado fora, ele é fonte de energia, vitalidade, ele é a fortaleza. Ele é a força que se mantém depois do furacão. Ele mantém tudo vivo, tudo forte. O amor é a base que se sustenta em qualquer circunstância. Se tem amor, não importa a o tamanho da tempestade, no dia seguinte, a flor desabrocha e sorri pro mundo, porque o mundo vai sorrir pra ela também.