29 agosto 2013

Telefone

O telefone tocou. Em fração de segundos me passou um filme na cabeça, e eu já não sabia se devia ou podia atender. Tinha medo mas eu precisava saber o que iria ouvir. Na verdade, eu não precisava, eu não queria, tinha apenas curiosidade. Tudo ficou pra trás, as respostas que eu buscava, hoje já não preciso, mas a minha curiosidade quer ser saciada, e talvez atendendo essa chamada ela sossegue e eu não me atormento mais com esse assunto. O telefone não para de tocar. E eu estou me corroendo. Me matando aos poucos. Mas a mesma curiosidade que me mata aos poucos, pode me matar repentinamente. Não atende. Atende. Minha mão já está posicionada para atender. Minha razão não deixa. Não, não atende. É algo ruim, você não precisa, você não quer. São respostas de perguntas que eu já não tenho mais, ou talvez já tenham sido respondidas, mas nos últimos dias me tranquei no meu mundo, tão isolada que me deixei corromper pelas minhas próprias ideias. Mas o telefone não para de tocar. Talvez eu precise atender, para dizer que eu já não preciso mais. Ou talvez queira atender pra decidir, se ouço a razão ou o coração. Maldito coração, sempre vence: “-Alô”.

26 agosto 2013

Por acaso


Era uma sexta feira típica pra mim, sai pra conversar com meia duzia de pessoas que eu iria conhecer naquela noite. Eu gostava de fazer amizades, mas não tinha pretensão de conhecer alguém assim, como você. Na verdade, nem te notei ali naquela roda de conversa, e acho que você também sequer me olhou, mas com o decorrer da noite, parece que o destino mudou o percurso de tudo aquilo. Sei lá, mas acho que devo te agradecer por ter prestado um pouco mais de atenção em mim. Talvez pelo efeito das cervejas que todos já tinham bebido, mas que pelo menos nos deixou mais atentos aos detalhes a nossa volta. Obrigada também ao destino. Na verdade, não sei se foi ele que nos uniu, mas o  importante é que agora que eu te conheci e estamos aqui, parados olhando um pro outro, tentando saber o que passa na cabeça, ou buscando explicação pro que aconteceu, mas querendo que esse momento seja eterno. Estar perto de você me faz bem, e mesmo muitos nos condenando, e tendo muitas barreiras que poderiam impedir qualquer outro casal de ficar junto, nós estamos aqui. Se fortalecendo, ignorando toda e qualquer condenação, deixando pra lá o que não acrescenta. É  que o que eu senti quando você me chamou pela primeira vez, e o que eu sinto quando chego perto de você, faz qualquer coisa que impeça esse amor ficar pequena. O sentimento ultrapassa qualquer coisa. Quer dizer, na verdade, o sentimento nem vê essas “outras coisas”. Ele só precisa dele pra sobreviver. Ele se alimenta do próprio sentimento, e enquanto ele estiver forte o suficiente para manter o sorriso no nosso rosto, nada será empecilho para nós. NÓS!

25 agosto 2013

Que Sorriso

Num encontro casual pelos corredores da faculdade, passou e sorriu. Que sorriso. Branquinho, dentes muito bem alinhados, meio tímido e muito encantador. Aquela boca que eu pensei que jamais fosse sorrir pra mim, sorriu, e fez meu mundo parar por alguns segundos. Na verdade, eternizei aquele momento. Tenho a imagem perfeita do garoto largado, com o sorriso perfeito dando o toque final a tamanha beleza que ele carrega consigo. Agora esse momento é meu. Todo meu, ninguém vai poder tirar de mim, esse pedacinho que tenho de você. Bom, pelo menos em pensamento te tenho, e continuarei te tendo sempre. Me encantou como nunca pensei que pudesse me encantar. É coisa pra fazer qualquer uma se perder, ficar sem ação, sem chão, sem rumo, sem palavras. Já nem lembro o que aconteceu depois daquilo, tive a nítida impressão do tempo parar, ou passar mais devagar, em câmera lenta talvez. Parecia cena de filme, novela, com o protagonista mais lindo de todos, pela primeira vez vendo e sorrindo para a mocinha. Na verdade, espero que seja para a mocinha, espero que sejam mais vezes ou espero que apenas eu esteja por perto quando você sorrir. 

12 agosto 2013

Não acabou

                Hoje eu peguei o celular e li todas aquelas mensagens de quando ainda estávamos junto. Me bateu uma saudade da época em que eu realmente fui feliz, de quando deitada no teu colo, recebia um cafuné, e ali adormecia, sentindo seu toque e o quão suave seus movimentos eram pra mim. E toda vez que você me acordava porque sabia que o despertador não era suficiente, eu sempre queria mais 5 minutinhos, e você sempre achou que era preguiça, mas na verdade era vontade de ficar mais tempo com você. Lembro de cada café da manhã que você me levou na cama, e quantas lambuzeiras fiz com esse café. E no meu aniversário, quando me lambuzou com  glacê do bolo, te prometi vingança e não ficou barato, foi super divertido, e por mim, repetiria tudo. E quantos planos fizemos, nossa aposentadoria sossegada em qualquer cidade do interior, com alguns muitos animais para passar o tempo.  Em nenhum instante tive medo de te perder, porque eu sabia que seria eterno, não te culpo pelo término, até porque, eu sei que não é o fim. 

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