Eu sei que pode soar um pouco estranho eu chegar te fazendo um convite assim. Faz tanto tempo que não nos falamos, que o pouco de afinidade que tínhamos sumiu e que já somos praticamente duas estranhas. É até cômico eu te chamar para um café no meio da tarde de quinta-feira e sem motivo nenhum. Eu sei que na sua cabeça deve estar passando mil coisas do tipo "o que ela quer comigo?", "será que vai me pedir favor? Ou será que vai me dar péssimas notícias? Talvez boas novas?" ou até mesmo me achando meio doida por pedir uma companhia pra aquecer a tarde de outono. Sem data especial, sem motivo, sem favores ou notícias, só me acompanhe num café com pão de queijo -ou torta se preferir- para jogar conversa fora e contar como anda a vida. Sem segundas intenções, mas também, sem adiar para um "vamos marcar" que nunca chega, e a gente sabe que nunca vai chegar. Vamos amanhã! Quinta-feira, dezoito de maio, às dezesseis horas. De lá quem sabe estendemos para um happy hour e acabamos num pub. Estreitamos ainda mais um laço que nunca tivemos e conseguimos assim, transformar o título de colega para amiga. Convite incomum, estranho, mas o mundo anda tão do avesso, que um simples café nem faz tanta diferença assim. Ou conseguimos engatar uma amizade, ou no máximo, voltaremos à nossa vida normal, apenas aquecidas por um cappuccino.